segunda-feira, 9 de julho de 2012

Cruz-Diez: Cor no Espaço e no Tempo.


Carlos Cruz-Diez

Cruz-Diez: Cor no Espaço e no Tempo.
Pinacoteca do Estado de São Paulo
De 14/7 a 23/9.















Physichromie 93, peça de madeira feita por Cruz-Diez em 1963:

Aos 87 anos, o artista venezuelano Carlos Cruz-Diez tem trabalhado mais que nunca.

"Graças às novas gerações de artistas, parece que fui descoberto agora, tenho trabalhos programados em vários continentes, até mesmo na China vou inaugurar uma obra", diz, empolgado.






Um dos grandes nomes do que se convencionou chamar de arte cinética, aquela que provoca movimento ou a ilusão dele, Cruz-Diez diz que nunca se sentiu à vontade com esse rótulo.

Signos en Relieve para un Muro, relevo de 1956; na pág. oposta, Induction Chromatique 53, pintura acrílica sobre madeira de 1973.

 





"Cinético diz respeito a movimento, e o que nós buscávamos era mudar a noção de arte, mostrar que tudo é arte e, por isso, trabalhar com o ambiente", explica.

Radicado em Paris há 50 anos, onde, junto a outros latino-americanos, como seu conterrâneo Jesús Raphael Soto ou o brasileiro Abraham Palatnik estiveram inseridos, Cruz-Diez se diz compreendido apenas agora.






















Jesús Rafael Soto (1923-2005), criador do penetrável Esfera Theospácio, em 1989

"As pessoas olhavam para nossas obras como se fossem algum símbolo, mas nós nos preocupávamos com o instante, nossa reflexão só se faz entender agora", diz.



















Abraham Palatnik Objeto Cinético CK-8, produzido em 1966.


Em parte, esse resgate ocorre quando novas gerações de artistas usam métodos semelhantes, caso de Olafur Eliasson, o mais renomado deles (leia quem são alguns dos novos cinéticos no quadro ao lado). "Gosto muito do Olafur, ele já me convidou para alguns projetos", conta o venezuelano.












Carlos Cruz-Diez

Tal resgate vem ocorrendo de várias formas. Umas das polêmicas que sua obra gerou foi quando um mural seu dos anos 1970, com dois quilômetros, no porto de Caracas, foi destruído.





Carlos Cruz-Diez

"A população local reagiu muito, o que surpreendeu a mim mesmo, e, desde então, o governo venezuelano está restaurando todas as minhas obras públicas", conta.






Carlos Cruz-Diez

Elas são muitas e algumas monumentais, como a ambientação cromática para a sala de máquina, feita em 1986, na Central Hidrelétrica Raúl Leoni, do tamanho da Turbine Hall da Tate Modern.






















Carlos Cruz-Diez





















Carlos Cruz-Diez

Cruz-Diez: Cor no Espaço e no Tempo.
Pinacoteca do Estado de São Paulo
(pça. da Luz, 2, Luz, tel. 0++/11/3324-1000).
De 14/7 a 23/9.
De 3ª a dom., das 10h às 18h. R$ 6.
Grátis aos sábs. e às 5as.

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