sexta-feira, 24 de abril de 2015

Jean Paul Gaultier - Grand Palais

Exatamente como há 11 anos, com Paris Couture by Jean Paul Gaultier, na Fundação Cartier, esta retrospectiva no Grand Palais (até 3 de agosto) realiza a façanha de ser, ao mesmo tempo, repleta de ideias impertinentes e vazia de conteúdos pertinentes.


Jean-Paul Goude, Jean Paul Gaultier,
Made in Mode, 2012.

Por felicidade, o inquieto e curioso estilista afirma 'não se considerar um artista'. Melhor assim. O seu eclético trabalho de quatro décadas, apesar da originalidade e inventividade, não pode mesmo ser chamado de arte. As 175 peças apresentadas, algumas inéditas e audaciosas, não raro são resultado de puro e afetado capricho. Começam e terminam na própria e frívola extravagância.



Gaultier quer se mostrar tão interessante e sedutor como pessoa, quanto as suas invenções. Consegue. 




O primeiro objeto da mostra é Sana, o urso despelado e esfalfado da sua infância, objeto primordial de tortura, antecessor das suas modelos. O pobre, que abre a exposição, é a prova `viva" de quão cedo o estilista caiu ' nas redes da alta costura. O bicho, que provavelmente foi de pelúcia, recebeu implantes, cabelos de corda, camadas e camadas de maquiagem com os produtos da avó do dono e, para terminar, a costura dos famosos seios cónicos que depois vestiram Madonna. Hoje, os museus precisam de estrelas para ter sucesso. 



Coleção You got the look... Alike, prêt-à-porter femme 
Primavera-Verão 2013 Vestido marinheiro  malha ráfia.

Bowie na Filarmônica de Paris, Bob Wilson e Lady Gaga no Louvre, Gaultier no Grand Palais... espetáculos fetichistas atraem multidões. Esta exposição multimídia com cenografia feérica, para a qual contribuíram dezenas de profissionais em várias áreas, e que o costureiro considera não como unia retrospectiva mas unia "obra" em si, celebra não apenas a audácia da moda. 



Coleção rabino chique,  prêt-à-porter 
Outono-Inverno 1993/1994. 
Casaco de cirê, calças jacquard, e raposa.

Explora igualmente a cultura e a contracultura enquanto fontes de fascínio e inspiração. Por meio de uni percurso temático em oito segmentos, traça uni itinerário imaginário que se inicia nas ruas de Paris e vai até o universo da ficção científica.


Coleção Capa e Espad, alta costura
outono-inverno da moda 2004- Modelo 2005 Feiticeira.
Saia e corpo em python, bordados com de pregos e cobre.

Toda a parafernália da imagética gaultieriana está ali, em conjunto com os seus desvios, transgressões, metamorfoses e reinterpretações. Desde as célebres marinheiras e criações étnicas, até o kilt e os mesmos vestidos-corselete criados para as estrelas. Gaultier suprime as fronteiras entre as culturas, mas também entre os sexos. Cria uma nova androginia ou, de modo oposto, diverte-se invertendo códigos para uma moda hiper sexualizada. 


Campanha publicitária para a coleção Homenagem à Frida Kahlo,
  prêt-à-porter  primavera-verão 1998.

Da alta costura ao prét-à-porter dos anos 7o até hoje, vemos as roupas para teatro e cinema de Almodóvar, Greenaway, Besson, Jeunet. 


Coleção Black Swann, couture outono-inverno 2011-2012,
Vestido Corset 3D todo em fitas de cetim e rendas laços salmão, efeitos chifre em abundância.

Passamos por espaços interativos, retratos, croquis e documentos pessoais; assistimos a filmes, concertos, espetáculos de dança, videoclipes, programas de televisão. Testemunhamos os primeiros anos do estilista, a Odisseia, Punk Cancan com Catherine Deneuve, As Musas — uma instalação criada pelo Studio Moment Factor). de Montreal, na qual cada espectador pode ser "Gaultierizado". Atravessamos estandes de nomes sugestivos como O Salão, À Flor da Pele, Metropolis e Floresta urbana, videoinstalaçào criada pelos jovens artistas Lucie Simon. Um lugar importante é dado à fotografia da moda, evidentemente, com tiragens às vezes inéditas de Warhol, Cindy Sherman, Lindbergh, Avedon, Pierre et Gilles, Doisneau e tantos outros. 




Campanha publicitária para a coleção um guarda-roupa para dois 
 prêt-à-porter  primavera-verão de 1985.

Tudo é emblemático de uma só marca. Tudo é relativo à 'dissipação do mundo contemporâneo que nos afasta definitivamente da transcendência', como dizia Jean Baudrillard. Ocorre com o trabalho de Gaultier. O resultado é 'uma equação nula, sem diferenciar'. Na ausência total de transcendência espiritual, na falta de finalidade simbólica e objetivos — e apesar da decisão de parar o prét-à-porter — a sua criação fica destinada a se reproduzir indefinidamente, de maneira interminável. E a se lançar em órbitas vazias, mesmo quando se apresenta no Grand Palais.

Coleção Hussardos, couture outono-inverno 2002-2003 Noiva. 

Tudo é emblemático de uma só marca. Tudo é relativo à 'dissipação do mundo contemporâneo que nos afasta definitivamente da transcendência', como dizia Jean Baudrillard. Ocorre com o trabalho de Gaultier. O resultado é 'uma equação nula, sem diferenciar'. 


Coleção Belles des champs, prêt-à-porter femme printemps-été 2006.
Corset em palha natural tressée e trigo

Na ausência total de transcendência espiritual, na falta de finalidade simbólica e objetivos — e apesar da decisão de parar o prét-à-porter — a sua criação fica destinada a se reproduzir indefinidamente, de maneira interminável. E a se lançar em órbitas vazias, mesmo quando se apresenta no Grand Palais. 

Sheila Leirner - Especial para o Estado

O material jornalístico produzido pelo Estadão é protegido por lei. Para compartilhar este conteúdo, utilize o link:http://cultura.estadao.com.br/noticias/geral,estilista-jean-paul-gaultier-tem-sua-carreira-revisitada-com-exposicao-em-paris,1672731
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Coleção La Russie, haute couture outono-inverno 1997-1998. 
Robe du soir en taffetas, broderies de tubes et de perles «peau de léopard», griffes en strass. 
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Coleção Ambiance, salon de haute couture 
haute couture printemps-été 1997.
Boléro en plumes de perroquet, combinaison pantalon en crêpe, coiffure 



Coleção Les Rock Stars - pret a porter masculino outono inverno 1987-1988



Collection Paris et ses égéries, haute couture automne-hiver 2000-2001, modèle Paris-Glasgow-Delhi. Robe-sari torsadée et plissée en lainage et velours.

Collection Louise Brooks chez Easy Rider, prêt-à-porter femme printemps-été 2001. demi-perfecto en cuir.

Collection So British, prêt-à-porter femme automne-hiver 2007-2008. Robe-trench en gabardine «tartan», demi-perfecto en cuir, épingles «Gaultier».



Collection "Punk Cancan". Haute couture Printemps-été 2011. 



Figurino para Régine Chopinot, combinando marinheiro dos dois lados.



Collection prêt-à-porter printemps-été 1989 intitulée Voyage autour du monde en 168 tenues, 



Collection La Calligraphie, haute couture printemps-été 2009, modèle Enluminure. Réalisation: 56 heures.

Veste de smoking en satin, pantalon de torero en jersey de soie, broderie «châle espagnol».

Modèle porté par Arielle Dombasle dans son vidéoclip Porque te vas (2011).

Collection L’Élégance machiste Prêt-à-porter Homme printemps-été 1998. Combinaison « dos nu » en jersey



Collection L’Europe de l’avenir, prêt-à-porter femme automne-hiver 1992-1993. 
Jupe à taille haute à bretelles «seins nus».

Modèle porté par Madonna pour le défilé Jean Paul Gaultier in L.A.




corset comme une cage - Madonna



quarta-feira, 1 de abril de 2015

O Lírio na história da arte ( Açucena - Lilium candidum)



François Barraud (1899-1934) "Natureza morta de flores com lírios" 1934

O Lírio na história da arte ( Açucena - Lilium candidum)
Origem : Pérsia e da Síria.

O Lírio de Páscoa é a flor mais popular dessa época.

http://sergiozeiger.tumblr.com/…/acucena-lilium-candidum-o-…

Essas flores, quando surgem na cor branca, significam a pureza, e o fascínio dos homens em torno da Açucena esteve presente sempre por vários séculos.

A bíblia diz que no templo de Salomão algumas destas flores já eram encontradas representadas em esculturas.

Existem referências a flor amarílis na mitologia grega, ela representa altivez, elegância e graça, e está relacionada ao deus do olímpo Apolo, famoso por seu orgulho.

No império romano as Açucenas representavam a "Tristeza e Angústia" pela falta da pessoa amada. O seu nome derivado do latim significa frescura, brilho e planta de grandes e belas flores.

O nome Açucena (quer dizer singela e branca, que vem da língua tupi.). 

Uma característica dessa planta é que seu nome é adotado por várias pessoas para batizar as filhas mulheres, principalmente no norte e nordeste do Brasil.

No resto do mundo essa planta é conhecida como Amarilis, que também é um nome feminino bastante usado.