quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Mas que circo! Chagall na terra de círculos em movimento.





Museu Nacional  Marc Chagall, de Nice
de 19 de novembro  a 30 de janeiro 2012


 





O primeiro trabalho sobre o circo foi produzido por Chagall, a pedido de Vollard, em 1926-1927, quando estava realizando as Fábulas de La Fontaine, também para o grande comerciante.

Uma série de guaches, agrupados e conhecidos como "Cirque Vollard", atestam este projeto que, em última análise não foi concluído.

Chagall, no entanto, realiza, entre 1927 e 1935, várias pinturas sobre o tema. Vollard tinha antes da guerra um camarote no Cirque d'Hiver, que ele colocou à disposição dos artistas que trabalharam para ele, incluindo Chagall, é claro, mas também Léger e Picasso.








Em 1955, assistindo a um filme sobre o circo, sempre no Cirque d'Hiver, o artista retorna ao assunto, tema pelo qual é particularmente afeiçoado, e encontra sua atmosfera vibrante de luz, o desafio às leis da gravidade e as cores brilhantes em uma série de 38 guaches.







Em 1967, Tériade faz à partir desses guaches, o livro Circus: litografias, em preto e branco e a côres, retomando os guaches de 1955 e textos ilustrados escritos pelo próprio artista.








Ao contrário de outras séries de guaches preparatórios de Chagall (aqueles criados para as fábulas de La Fontaine, por exemplo, espalhados antes que o livro fosse publicado), as 38 obras do Circo estão reunidas na mesma coleção. Elas são pouco conhecidas do público e raramente mostradas. No entanto, elas formam um rico conjunto e um rico repertório de formas utilizadas pelo artista sobre o assunto.









Os guaches, por sua vez evocam uma profunda noite azul-listado com os holofotes ou uma iluminação amarela brilhante, estourada, sublinhada de vermelho, verde e azul. 








As composições apresentam muitas vezes o foco principal, deslocado para a borda do desenho ou organizados através da distribuição de massas de cor em torno de um centro vazio.

Alguns, especialmente dinâmicos fazem lembrar que Chagall esteve, na sua juventude em São Petersburgo, em contato com o futurismo em moda na vanguarda russa.








Os personagens voam sobre a pista, verdadeiras imagens do sonho, combinando o fantástico e a fantasia, que retratam seres híbridos, homens e animais de cabeça para baixo, rostos duplicados com múltiplos olhos.

O cenário também muda para o irreal; a sua casa natal, por vezes, aparece no meio. A lua surge em muitos deles, a estrela da noite, contribui para dar ao espetáculo do circo sua dimensão misteriosa e nostálgica.







Os textos de Chagall no livro de Tériade refletem esta atmosfera, acumulando as imagens verbais onde colidem as alusões ao amor, lembranças da infância, tanto quanto o circo em si mesmo.







Nesta série, como em todas as obras sobre o circo, Chagall cultiva esse tema com a imagem de uma metáfora da vida representando as arquibancadas ao redor da pista como o mundo. Ele afirma com estas palavras no livro de Tériade:

"Um olhar, olhares. Cada um à sua maneira, o mundo que o circunda, este circo que chamamos de "Vida".









http://www.musees-nationaux-alpesmaritimes.fr/chagall/infos-pratiques/coordonnees-et-acces/







Museu Nacional Marc Chagall
Avenue du Docteur Ménard
06000 Nice
T: + 33 (0) 4 93 53 87 20
F: + 33 (0) 4 93 53 87 39

acesso:
Aeroporto de Nice
Estação S.N.C.F.
Estacionamento: Estacionamento gratuito para carros
Acesso a deficientes físicos.


3 comentários:

  1. Magnífico! Não conhecia esta fase dele! Obrigada Sergio Zeiger Bjs azuis

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  2. Lindo post e tão informativo, adorei Sergio! Chagall é um dos meus pintores preferidos. Obrigada

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