Andy Warhol
Portrait Peter Ludwig, 1980
Museum Ludwig in the State Russian Museum, S. Petersburg
Espécie de presente pelo aniversário de 460 anos da cidade, em 25 de janeiro a instituição abriu a mostra Visões na Coleção Ludwig, com 78 obras de uma das mais importantes coleções particulares de arte já reunidas no mundo. Conhecido como o “barão do chocolate”, devido ao império industrial que ergueu com a fabricação dessa guloseima (a partir de herança de sua esposa Irene, também cultora das artes), o empresário alemão Peter Ludwig tornou-se, no século passado, um dos maiores mecenas da era moderna para instituições museológicas, e não apenas na Europa.
Ruínas, Roy Lichtenstein, 1965
Entre 1970 e o ano de sua morte, 1996, Ludwig destinou as mais de 50 mil peças de seu privilegiado acervo para 12 museus e galerias especiais em cinco países, sobretudo Alemanha. A relação inclui o Ludwig Museum em Beijing (China) e a Fundação Ludwig de Cuba, em Havana. Para que o público conheça o contexto da formação dessa fantástica coleção, um conjunto de plataformas interativas está instalado no primeiro andar do CCBB. Elas permitem “navegar” por um mapa que apresenta a expansão da coleção e cada uma de suas sedes.
Os Amantes, Howard Kanovitz, 1965
Em 1995, o magnata destinou centenas de obras-primas ao Museu Estatal Russo, de São Petersburgo, de onde provém a mostra brasileira, com uma seleção de 78 itens a cargo dos curadores Evgenia Petrova, Joseph Kiblitsky (russos) e Ania Rodríguez (cubana).
Em 1995, o magnata destinou centenas de obras-primas ao Museu Estatal Russo, de São Petersburgo, de onde provém a mostra brasileira, com uma seleção de 78 itens a cargo dos curadores Evgenia Petrova, Joseph Kiblitsky (russos) e Ania Rodríguez (cubana).
O banho turco de Ingres, 1967, serigrafia, pintura em tela, papel em cartão e colagem, de Robert Rauschenberg
A filial russa da coleção Ludwig constitui a fonte da mostra brasileira, que, até 21 de abril próximo, proporcionará ao visitante uma noção privilegiada das mais recentes progressões de tendências e estilos na arte contemporânea. Distribuído por cinco andares, o percurso obedece a um misto de ordens cronológica e estilística, no qual são oferecidos exemplos que abrangem da maturidade de Pablo Picasso (com a tela pós-cubista Grandes Cabeças, de 1969) até a “arte proibida” de surgida nos estertores da ex-União Soviética, ao tempo da Perestroika.
A filial russa da coleção Ludwig constitui a fonte da mostra brasileira, que, até 21 de abril próximo, proporcionará ao visitante uma noção privilegiada das mais recentes progressões de tendências e estilos na arte contemporânea. Distribuído por cinco andares, o percurso obedece a um misto de ordens cronológica e estilística, no qual são oferecidos exemplos que abrangem da maturidade de Pablo Picasso (com a tela pós-cubista Grandes Cabeças, de 1969) até a “arte proibida” de surgida nos estertores da ex-União Soviética, ao tempo da Perestroika.
Tríptico No. 14 Autorretrato, Vladimir Yankilevsky, 1987
Entre estas, a pintura-colagem Tríptico nº 14 Autorretrato, de 1987, na qual o pintor Vladimir Yankilevsky denuncia, pela mutilação de partes de sua figura, o autoritarismo do regime e da censura da época. A presença de Yankilevsky está conectada a um dos mais peculiares conceitos da coleção: em suas últimas duas décadas de vida, Peter Ludwig desenvolveu, em cumplicidade com Irene Ludwig, sensibilidade especial para artistas situados à margem de regimes totalitários. Com essa orientação, chegou a adquirir grande parte de uma das edições da Bienal Internacional de Arte de Havana.
Entre estas, a pintura-colagem Tríptico nº 14 Autorretrato, de 1987, na qual o pintor Vladimir Yankilevsky denuncia, pela mutilação de partes de sua figura, o autoritarismo do regime e da censura da época. A presença de Yankilevsky está conectada a um dos mais peculiares conceitos da coleção: em suas últimas duas décadas de vida, Peter Ludwig desenvolveu, em cumplicidade com Irene Ludwig, sensibilidade especial para artistas situados à margem de regimes totalitários. Com essa orientação, chegou a adquirir grande parte de uma das edições da Bienal Internacional de Arte de Havana.
Madona, 1979–1980, óleo sobre tela, de Claudio Bravo
Ao lado dos artistas russos, e no mesmo viés de um interesse geopolítico, Visões na Coleção Ludwig exibe obras de criadores como o sul-coreano Lee Sang-Won (Da Série Tempo e Espaço, 1996) e o grego Pavlos (Guarda-roupa IV, 1968). Essa seleção foi destinada ao subsolo do CCBB e inclui fotografias em impressão especial (sobre tela) com temas a retratar a cultura e a sociedade europeia do final do século XX. É o caso de Cléopatra Claudia Schiffer (1991), do alemão Gunter Sachs (1932-2011), também industrial de veículos esportivos e playboy internacional, envolvido com beldades como Brigitte Bardot e a modelo Schiffer.
Garota prendendo o cabelo, 1967, cadeira de madeira e gesso, de George Segal
Ao lado dos artistas russos, e no mesmo viés de um interesse geopolítico, Visões na Coleção Ludwig exibe obras de criadores como o sul-coreano Lee Sang-Won (Da Série Tempo e Espaço, 1996) e o grego Pavlos (Guarda-roupa IV, 1968). Essa seleção foi destinada ao subsolo do CCBB e inclui fotografias em impressão especial (sobre tela) com temas a retratar a cultura e a sociedade europeia do final do século XX. É o caso de Cléopatra Claudia Schiffer (1991), do alemão Gunter Sachs (1932-2011), também industrial de veículos esportivos e playboy internacional, envolvido com beldades como Brigitte Bardot e a modelo Schiffer.
Garota prendendo o cabelo, 1967, cadeira de madeira e gesso, de George Segal
Entre os extremos do cubismo revisitado por Picasso e da desafiadora arte russa dos anos 1980, situa-se um das maiores atrações da mostra, com todo um segmento de artistas pop norte-americanos e obras representativas de auges dessa produção. Ludwig chegou a deter a mais importante coleção de pop na Alemanha. Assim, o quarto andar do edifício está reservado à contemplação, entre outros exemplos, de uma homenagem do ícone Andy Warhol ao próprio colecionador alemão: o Retrato de Peter Ludwig, realizado em 1980. Ao lado de Warhol encontram-se, entre outros, Roy Lichtenstein (Ruínas, 1965), Tom Wesselmann (Desenho em aço com frutas, flores e Monica, 1986), Claes Oldenburg (Banana-splits e glacês em degustação, 1964) e o polêmico Jeff Koons (Querubins, 1991), talvez o último herdeiro do espírito de iconoclastia da pop art.
Cabeças grandes, 1969, óleo sobre tela, de Pablo Picasso
Descendo as escadas do CCBB o visitante encontra, no terceiro andar, ainda outras legendas do pop, como Cy Twombly e Jasper Johns, além de um artista que desenvolveu seu estilo nesse ambiente e marcou fortemente a geração de apreciadores da arte hoje na casa dos trinta e quarenta anos de idade: do norte-americano Jean-Michel Basquiat (1960-1988) é exibido um grafitti de 1984 em grandes dimensões, em óleo e acrílica sobre tela.
Descendo as escadas do CCBB o visitante encontra, no terceiro andar, ainda outras legendas do pop, como Cy Twombly e Jasper Johns, além de um artista que desenvolveu seu estilo nesse ambiente e marcou fortemente a geração de apreciadores da arte hoje na casa dos trinta e quarenta anos de idade: do norte-americano Jean-Michel Basquiat (1960-1988) é exibido um grafitti de 1984 em grandes dimensões, em óleo e acrílica sobre tela.
Sem título, 1984, óleo e acrílica sobre tela, de Jean-Michel Basquiat
O andar abriga, ainda, tendências americanas concomitantes ao estilo pop, como a new image painting e a pattern and decoration, esta bem exemplificada em obra de Robert Kushner, Rosas de Samarcanda (1977), uma dentre as centenas de versões do tema na trajetória do californiano, e que poderá recordar, para o espectador brasileiro, a vitoriosa pintura de Beatriz Milhazes, cujas composições se valem, igualmente, do tema “padrões e estamparias”.
Para as salas do segundo andar do prédio foi reservada produção nunca antes mostrada pelo centro cultural. Trata-se do “creme” da pintura neoexpressionista alemã. Como em salas especiais de museus berlinenses de arte contemporânea, o visitante conhece trabalhos de Georg Baselitz, Markus Lüpertz e Anselm Kiefer, entre outros pintores dessa extração.
Cabeça de criança, 1991, óleo e acrílica sobre tela, de Gottfried Helnwein
Em meio às pinturas, a escultura em bronze Mulher Animal, do mestre-guru de pelo menos duas gerações de artistas europeus: Joseph Beuys. Outro destaque do segmento são as fotos de 48 Retratos, de Gerhard Richter (1972). Há, ainda, dois outros nomes emblemáticos da pintura americana, Jasper Jonhs e Cy Twombly, além de artistas que conduziram a pop art à técnica do hiperrealismo, como Robert Bechtle e Ralph Goings.
Sombra, 1959, objeto de encáustica, madeira, metal e tela, de Jasper Johns
No saguão do térreo do CCBB, o visitante é recebido pelo gigantesco painel Cabeça de Criança (1991), do austríaco Gottfried Helnwein, cultor da pintura hiperrealista vinculada a reflexões sobre a infância e a violência. Como em outras grandes mostras da instituição, a acessibilidade é uma preocupação. A mostra tem entrada franca e prevê a realização de “viradas culturais”.
Grande punho de ferro, 1979, óleo e acrílica sobre tela, de Anselm Kiefer
Por Alvaro Machado
Jornalista, crítico de cinema e artes visuais
fonte: http://ideiasonlineccbbsp.com.br/category/exposicao/
Oi Sergio, você é o amigo da Lucília, não? Sou a Maria Carolina, filha da Tereca Zurita e sobrinha da Maró. Estou fazendo um trabalho de faculdade sobre a mostra da Coleção Ludwig e achei seu blog por acaso no Google. Adorei e me ajudou bastante! Parabéns!
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